Monday, December 10, 2012

Coincidências

Nunca consegui escrever ficção. No máximo, verdades ficcionadas. Trabalhando agora em um projeto sobre coincidências, percebi que estas histórias reais parecem mais ficção do que realidade. São momentos que se colidem no nosso cotidiano e acrescentam o prefixo extra nas nossas vidas ordinárias. Estou colecionando coincidências, se você tiver algum caso, envie para este email: coincidenciasaqui@gmail.com. O que eu já colecionei até agora:http://ordinarioextra.tumblr.com/ Colaborem!

Friday, September 14, 2012

Por acaso, a rotina.



Reclamo muito da rotina. Sete da noite só quero ir para casa, comer algo leve, ler ou ver um filme e dormir cedo. Mas tem a pós. Chego em casa às onze, demoro para pegar no sono e vou atrasando minhas  leituras e filmes.

Quinta saí do trabalho às sete em ponto como de costume. Não tinha pós. Me bateu um vazio, queria seguir o caminho que estava acostumada. Quase chegando em casa, mudei a direção do carro. Rumei de encontro ao acaso. Quis parar em um lugar e esperar algo acontecer. Parei em um café, pedi o de sempre, mas haviam mudado o cardápio. Me sugeriram o kebap de frango, novidade do chef. Porque não? Sem sal. Continuei vazia, querendo algo doce.

Continuei lá mais um tempo, lendo o livro de entrevistas que comprei por engano achando que eram contos. Estava até interessante. Depois de umas  cinco entrevistas, olhei em volta: casais mornos se enchendo de talharim. Coloquei o livro dentro da bolsa, paguei a conta e saí. Nada me aconteceu. O acaso não gosta de ser caçado, ele gosta é da rotina.

Wednesday, January 25, 2012

A leveza do perdão.


Já faz um tempo que venho tentando, sem muito resultado, levar a vida menos a sério. E hoje vi uma cena genial. Em um concerto de música clássica na Eslováquia um jovem judeu ortodoxo tocava seu violino quando foi interrompido por um celular, aquele famoso Nokia tune. Ao invés de esbravejar como imaginamos que um músico clássico faria, ele tocou o Nokia tune com seu violino lindamente. A plateia deu gargalhadas e apladiu. Esse acaso tornou o momento único e belo. Foi também a quebra da expectativa de que um músico erudito e judeu ortodoxo seja alguém extremamente sério. Ele se mostrou uma pessoa leve e soube perdoar com graça a falha humana. 

O vídeo:



Obrigada, Douglas, pelo vídeo.