Monday, May 26, 2008

De que vale um brinco?

Ela andava preocupada tentando disfarçar suas frustrações consigo e com os outros. Por mais que fingisse não importar, toda hora aqueles pensamentos vinham a tona. Às vezes se pegava obcecada em entender tudo que se passava e claro, tentava se justificar. Repetia tudo para todos e para si mesma toda hora.
Buscava nos livros, nos filmes, nas músicas. Queria respostas. Mas ela já as conhecia. Era duro, mas tentava se enganar. Já estava acostumada a colocar uma capa de romantismo em tudo na sua vida.
Essa capa era turva, embaçava a realidade, deixava-a mais bonita. Ela poderia viver assim para sempre se não houvesse mais ninguém no mundo, ou se todos pudessem sentir as coisas maravilhosas que ela sentia. Mas não, quem quer sentir hoje em dia? Querem apenas possuir. Pessoas e coisas.
E um dia chega a morte, que anula tudo e diminui toda a importância que ela dá as coisas. Estranhamente a morte vem acompanhada de vida e afasta todos pensamentos que podem acabar com ela aos poucos.

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