Fazia muito calor, era quase março e nem o auge do verão, janeiro, tinha sido tão quente quanto aquele dia. Nicole podia ter ficado em casa e esperado o calor passar, mas não. Preferiu encontrar seus velhos e bons amigos. Já estava disposta a transgredir as ordens do médico que a proibira de tomar álcool enquanto estivesse sob o efeito de anti-inflamatórios. Ela pensou “essa torcicolo está me matando, mas não quero perder este dia com meus amigos, nunca mais terei 29 anos no dia 27 de fevereiro de 2009. E isso era verdade, cada dia que passasse seria menos um dia de sua vida. Não que fosse morrer amanhã, mas não que não fosse morrer amanhã. Quem saberia... assim optou pela imortalidade, como sempre.
Inesperadamente tudo ficou claro, não claro de cegar, mas claro de esclarecer. Aí perdeu a graça e o sentido. Ficou óbvio que ela preferia a obscuridade, enganar-se.
Mas tudo bem, existem vários tons de claro, e os que ela conhecia eram todos desbotados, apenas resquícios de uma grande mentira, daí sua preferência pelo escuro. Mas tudo isso passou, talvez tenha sido sua culpa, não por maldade, mas por ingenuidade. Foi bom. Mais uma construtiva perda de tempo. Se aprendeu algo, foi só sobre aquele momento, agora ela volta mais uma vez para o preto total, que por sinal, adora.
Sunday, March 8, 2009
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