Thursday, June 10, 2010

Deixa...

Depois de meses sem notícias dele, ela se pegou pensando naquele nariz. Gostava de narizes esquisitos. Não se lembrava ao certo como ele era, só como se movimentava, tinha um jeito brusco de beija-flor.
Reviu suas fotos. Aqueles momentos congelados por uma digital não eram ele. Não tinham voz, nem cheiro. Por mais que doesse a saudade, não queria se livrar dela. Já vivia com essa nostalgia. A falta dele era agora parte dela. Foi assim que decidiu a não lutar mais contra isso. Não dá para vencer a si mesmo, muito menos com pequenas trapaças.

5 comments:

babi said...

estranho; vi fotos antigas dia desses e as pessoas me pareciam tão reais. mais do que se tornaram ao longo do tempo.

Anonymous said...

Concordo muito com a última frase. E a gente costuma ter essa mania estranha de se trapacear o tempo todo...

Beijos.

Juliana Nascimento said...

"Mas por mais que doesse a saudade, não queria se livrar dela..." Eu estou com essa frase, também já me acostumei com minha nostalgia, cansei de tentar lutar contra...

Gostei muito da forma com escreve. Cheguei aqui sem querer e adorei. Vou voltar mais vezes.

Bjos

Daniel Bayão said...

'...saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho, a esperança é um dom...'

a presença da ausência

Daniel Bayão said...

'...saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho, a esperança é um dom...'

a presença da ausência