Escrevi isso há uns dois anos no blog de um amigo. Achei oportuno postar aqui de novo.
Há uns 2 meses estou igual louca tentando baixar umas músicas italianas dos anos 60 no Emule. Umas bem românticas. É engraçado, porque quando eu tinha 10 anos, viajei para a Pousada do Rio Quente com a minha família. Meu pai tinha uma Belina azul claro metálico, com aquele senhor porta malas, o chiqueirinho. Ele mandou fazer um colchão do mesmo formato pra meus irmãos e eu irmos deitados nas 10 horas de viagem.
O pessoal lá de casa sempre gostou muito de música, mas fomos despreparados pra viagem, levei uma fita cassete de alguma novela nacional da Globo – sim, eu era noveleira e comprava tudo quanto é trilha sonora. Minha mãe levou uma fita de músicas italianas (que na época eu achava que era francês). E fomos assim, 10 horas de viagem revesando as fitas. Na hora da música da minha mãe, a macacada (como meu pai chamava meus irmãos e eu) ficava reclamando, a gente torcia pra minha fita começar logo. Imitávamos o “francês” , zombando da minha mãe e essas coisas que crianças endiabradas adoram fazer. As músicas da minha mãe nunca saíram da minha cabeça.
17 anos depois, ouço essas canções e sinto algo tão bom, tão carregado de emoções e não sei se é pela lembrança da macacada no porta-malas acolchoado, ou se é porque agora entendo melhor as músicas, ou ainda, por que agora me entendo melhor. São músicas românticas demais, e é assim que eu sou: romântica demais. É um lado que tento negar tanto agora que o mundo é pragmático, os relacionamentos são superficiais e as pessoas são individualistas e egoístas. Não vou negar mais não. Sei que alguém ainda vai curtir Il cielo in una Stanza comigo, afinal românticos acreditam em finais felizes.
Tuesday, January 20, 2009
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