Que mania de ser apressado que a gente tem em entender as coisas, procurar respostas imediatas. Ontem me aconteceu algo. Uma coincidência que parecia o encaixe de uma peça, feito pela mão de um ser superior brincando com o quebra-cabeças de sentidos que é o mundo.
Estava lendo A Imortalidade do Milan Kundera, que ganhei da minha cunhadinha. Demorei pra pegar no tranco, confesso, mas o livro foi ficando interessante. Até que em um capítulo, uma personagem, Agnes, fala de um poema de Goethe que seu pai sempre lia para ela. O poema estava traduzido para o português, claro, mas na página seguinte estava em alemão. Eu que não falo nada de alemão (mentira, sei uns palavrões), fui ler de curiosa que sou. Foi ver a primeira frase que caí dentro de um déjà vu. Fechei os olhos e ia adivinhando frase por frase.
O poema, nada mais era do que a música que eu mais gostava de cantar quando fazia aulas de canto lírico, há muito tempo. Gostava da música porque achava que ela deixava a minha voz potente. Na época nunca soube o significado daquelas palavras, com exceção de uma: warte, que quer dizer espere.
É um poema sobre a morte, sobre poder descansar. Sei que foi tudo uma grande coincidência, mas gosto de procurar sentidos ocultos nestes meros acasos. Ando cansada, infeliz, e querendo que tudo se resolva logo, hoje, agora. Mas as coisas se resolvem e passam a fazer sentido com o tempo, quando a gente menos espera – reza o clichê mor.
É verdade, eu nem procurava a tradução dessa música e um dia, sem mais nem menos, ela me apareceu dizendo assim: warte.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
Legal... profundo... momento bloguístico mais profundo do que o meu post funk. Mas sinceramente, gostei do q vc escreveu, exprimiu bem a angústia e me fez querer ter escrito o q vc escreveu. Acho q essa é a melhor maneira de se dizer q gostou do q se leu, não acha?
Ô lô, que elogio mais lindo! muito obrigada!, fiquei lisongeada :).
Mas aquele funk é ótimo hehehe passei muito mal de rir.
Lindo.
obrigada :)
Post a Comment