Thursday, April 29, 2010

Abaixo a ditatura do final triste

Não sei quando foi secretamente institucionalizado que para um filme ser bom o final tinha que ser triste. Obviamente estou exagerando na frase acima. Mas há tempos que os filmes que fazem chorar ou que mostram a “verdade” sobre a natureza humana são os que mais ganham prêmios em todo mundo.
Famílias desfuncionais, holocausto, guerra, ditadura, traições e doenças terminais são os preferidos de todo e qualquer festival.

Gosto muito destes tipos de filme, antes que me acusem de Poliana. Se a história é bem contada ou tem poesia, para mim está ótimo. Mas nesta busca pelo realismo, ou pela “a vida como ela é” perdeu-se algo muito importante: a vida também pode ser bonita, as pessoas podem ser boas e os finais podem ser felizes.

Um parêntesis: quando falo de final feliz, não me refiro àquela fórmula hollywoodiana de romances e comédias românticas em que o fim é advinhando no início, quiçá no cartaz, tamanha a previsibilidade.Fecha parêntesis.

Claro que o final mor - a morte - é triste. Mas dentro da vida de uma pessoa existem muitos momentos alegres. Como é bom ver um momento desses na tela dentro de uma hora e meia ou mais de duração. Uma história que acaba enquanto os personagens estão bem. Pode até ser que depois dos créditos um personagem traia o outro, ou alguém contraia uma doença fatal. Não quero saber. Quero ir para casa com aquele momento emoldurado em uma hora e meia ou mais de duração.

Escrevi esse texto anterior inspirada pelo último filme que vi: O segredo dos seus olhos, do argentino Juan José Campanella.

15 comments:

Carola Duarte said...

Olá...
Visite meu blog
www.caroladuarte.com
Beijo

Anonymous said...

Acho que, de fato, fins nunca são, em princípio, felizes. Mas o mais importante é o caminho até o fim. E eu concordo: tem muita coisa bonita nele.

Um seriado que acho que você vai gostar: Pushing Daisies (inclusive, imagino você como a personagem "Chuck", embora eu nunca tenha te visto). É diferente de todos os outros seriados, porque, embora trate do tema "morte", aborda principalmente a vida. E a beleza dela. Se você assistir, depois me diz o que achou.

Um beijo.

augusto said...
This comment has been removed by the author.
augusto said...

vim pros comentários elogiar o blog, mas me impressionei ainda mais com a foto do seu pefil (a do chapéu com a fita)...

parabéns e até mais!

Anonymous said...

Você sabe o que eu acho. Hahahahah
;-)

Carina said...

Oi Ju! Concordo com você. Finais não costumam ser felizes. Sim, o caminho é que é importante. Mas assista esse filme que eu recomendei e você vai entender do que eu tô falando.
O filme fala justamente de um caminho longo que se percorreu até chegar onde se chegou e o fim é muito bonito. É a realização de um desejo que demorou anos para acontecer. É um começar de novo em uma idade mais avançada. É um exemplo para nós ansiosas que queremos a vida resolvida agora, porque a angústia nos sufoca tanto. É um exercício de paciência ;).

Olha que engraçado, sobre Pushing Daisies, eu vi este seriado uma vez, porque conheci um cara que me disse que eu parecia com a Chuck.rs.
Apesar de eu não concordar com ele, gostei muito do seriado. Você tem razão, mostra a vida de um jeito muito bonito. Principalmente nas cores e nas metáforas visuais. Você sabe se ainda passa? Gostei tanto...

Um beijo, minha querida ;)

Carina said...

Oi Augusto! Obrigada pelo elogio.
BJos.

Carina said...

É Tapis, agora eu te entendo ;) Acho que meu otimismo tá voltando.

bjoo

Anonymous said...

Carina, eu acho que não passa. Eu assisti à primeira temporada emprestada de um amigo. Comprei a segunda temporada na Livraria Cultura, onde também tem a primeira (que vou comprar mês que vem, se meu salário me permitir... rs).

Você não mora em Brasília, né? Senão eu podia gravar pra você e a gente se encontrava...

Mas na Cultura eu tenho certeza de que tem.

Beijinhos.

P.S. Vou assistir ao filme, depois te conto.

Carina said...

Ô Ju, brigada. Eu acho que vou é baixar tudo hehe. Moro em BH, menina. Mas tenho amigos ótimos aí. Um povo antropólogo maluco hehe.

beijinhos.

Anonymous said...

Quando vier pra cá, avisa. Aí você vai ter mais uma amiga por aqui (embora eu não seja antropóloga...rs).
Beijinhos.

Carina said...

Obrigada, querida! ;)

Daniel Bayão said...

Ótimo Carinica, falei disso ontem mesmo, quando alguém me indicou assistir amarelo manga.

Sinceramente, to bem saturado dos filmes que só mostram a podridão e as miserias, to de altas mesmo. Se quiser ver isso, sempre digo, basta abrir o Super e/ou Aqui. Ou fazer plantão na porta do João XXIII rs

A realidade supera qualquer ficção, né não?

Exatamente como disse, até parece que 'a vida como ela é' tb nao tem muita fantaia, paixao, delicadeza e tal. Tb as borboletas sao reais demais, embora tao breves...


Ultimamente, nao pego nenhum filme mais violento que 'Valentin' hehe Aliás, já viu? Nossa, nao perca, muito muito saboroso, do tipo 'elsa e fred', só que alguns anos mais novo rs

'Hay que endurecerse...'

Daniel Bayão said...

"down is the new up"

Carina said...

Brigada, Bayão! Vi Valentim sim. Muito fofo.