Monday, November 17, 2008

Nadar faz bem

Joana foi até a janela do seu quarto e gritou: Eu desisto! Aquele gritou ecoou em toda vizinhança. Será que ela falava sério? Sua intenção era honesta, mas talvez tudo aquilo era mais forte do que ela. Joana sabia que vivia bem sem todas aquelas luzes coloridas, mas sempre que elas apareciam brilhando na sua frente ela nem pensava duas vezes em apanhá-las para enfeitar-se. Ficava tão impregnada de luz que se podia ver o brilho de quilômetros de distância. Ela não se preocupava em esconder.

Esconder o quê? De quem? Para quê? Esconde-esconde nunca foi seu forte, muito menos brincar de gato e rato. Ela não gostava dessas brincadeiras porque sabia como ninguém o que era o faz-de-conta e aquilo tudo era muito amador.

Agora ela ouve aquela música com a Billie Holiday cantando e entende cada palavra, cada suspiro e aquilo dói dentro dela. All of me. Dói mas é lindo. Ela está viva.