Thursday, February 5, 2009

Tears for Dolphy

Nunca vi um filme que me deixasse tão agoniada quanto Teorema, não sei se é a música, Tears for Dolphy, que entrava toda hora queimando as minhas vísceras. Sempre que eu a ouço, acho-a parecida com uma marcha fúnebre, mas não consigo parar de ouvir.
Fico hipinotizada e coloco no repeat. E só quero escutá-la quando fico sem ação. Quando não sei o que fazer. É como se eu parasse só para ouvir a música na esperança que ela pudesse me purificar.

Outro dia, pesquisando sobre Tears for Dolphy descobri que o seu compositor, Ted Curson a fez em homenagem póstuma ao seu amigo Dolphy. Foi uma música catarse. Ele também devia estar querendo se purificar da dor de perder um amigo. É engraçado como nos encontramos na catarse alheia.

Em Teorema os personagens estão também paralisados, sejam em seus vícios, nas suas crenças, ambições ou loucuras. Todos esperando um anjo cair do céu para ajudá-los a escapar do sofrimento. Essas pessoas têm tudo, mas falta algo e é essa falta que as tornam tão miseráveis. O que é que falta? É amor? O anjo traria amor?

Alguém pode realmente trazer amor? Tão subestimado e ridicularizado o amor. Falo de um amor maior, interior, de algo que inunda sem deixar afogar.