Saturday, April 11, 2009

Com a faca e o meu coração na mão

Eu me entrego se você se entregar, senão nada feito
Só me mostro quando você parar de esconder
Fiquemos os dois deitados no escuro
Só falo se você perguntar
Estou sem vontade própria
Talvez esteja com medo
Espero algo que não sei que é
Isso vai acabar logo
Mas foi bom te conhecer
Saí da minha rotina, pus os pés no chão gelado da sua casa cinza, da cor do seus sentimentos
Sou capaz de me abrir, muito. Mas apenas depois do sinal
Pode ser que eu saia antes disso. Se você não quer entrar não tem problema
Na verdade não me importo muito. É tudo uma questão de vaidade que se cicatriza com o tempo.

A médium

Isabel sempre teve a irritante mania de querer adivinhar o que os outros pensam. Quando está ao lado de alguém, ela aperta os olhos, se concentra e fica bem calada para escutar alguma coisa. Silêncio completo. Assim ela passa para a segunda tática, os olhos. Ela os mira fixamente para tentar ler algo e o único que lê é seu próprio pensamento. Agora só lhe restam os gestos, e... nada. O que aconteceu? Ela é incapaz de adivinhar ou é ele que pensa em nada? Uma dúvida que corrói a cabecinha fervilhante de Isabel.