Tuesday, February 8, 2011

Beleza e/ou amor

Não entendia muito bem quando meu amigo Juan, na época estudante de Filosofia, dizia com seu jeito dramático e professoral que só a beleza (ele não falava arte, metido!) redimiria os homens. Ele, que era religioso (uma contradição ambulante), falava que nem a religião seria capaz de tanto.

Eu já dizia que isso seria papel do amor. Talvez pareça uma visão um pouco religiosa, mas não era disso que eu estava falando. Não era o amor e a fé em Deus. Era o amor aos outros mesmo.

Mas outro dia eu tive uma experiência que uniu amor e arte. Era mais uma segunda-feira deprimente, aqueles dias que a gente custa a sair da cama para encarar a vida. Cancelei meu pilates na hora do almoço e ia ficar na agência enconstada em algum canto para fugir da realidade no meu sono.

Minha amiga e colega de trabalho, Elisa, reclamou sobre os 14 reais que teria que pagar na locadora por um filme que não tinha visto. Era A Single Man do Tom Ford que foi desgraçadamente traduzido como “Direito de amar”.

- A gente tem duas horas de almoço, Elisa. Vamos ver agora no computador?

Fiquei surpresa. Que filme lindo, sensível! Na minha visão o filme falava justamente como o amor (lato sensu) poderia “salvar”, no caso, um homem da sua ruína. Pode parecer clichê, mas não é. O filme possui cores lavadas e pastéis, mas toda vez que o homem vivenciava uma experiência que envolvesse amor, seja o contato uma amiga, ou o carinho de uma menininha, as cores se esquentavam e ficavam fortes e pulsantes.

O personagem consegue enfrentar a sua solidão e, parece-me, encarar o mundo por causa desse amor a outro ser-humano. E eu consegui encarar a minha segunda-feira graças à arte, ou como diria Juan, à beleza.

ps: O final do filme não é tão previsível assim não, tá? Assistam!

ps: Direito de amar? PQP para essas distribuidoras de filmes brasileiras!

7 comments:

Elisa Guilherme said...

Vc resumiu essa segunda, adoro quando alguma coisa, mesmo sendo um filme no meio do dia, quebra a rotina e faz a gente pensar!Um momento de sensibilidade e refúgio!Me senti assim tb, adorei o post!

Carina said...

;)

Anonymous said...

Palmas para sua beleza!

Barbara said...

quero muito ver esse filme! muito!

sobre a tradução do filme... você conhece o liniers, cartunista argentino? ele tem um personagem que se chama 'o tradutor de nomes de filmes' e é muito possível que ele seja o protótipo dessas pessoas, haha.

Barbara said...

tinha esquecido de te mandar o link do liniers. ó: http://autoliniers.blogspot.com/
mas faz tempo que ele não faz coisa do tradutor de nomes de filmes.

Anonymous said...

Querida Carina,
É favor acabar com a preguicite e começar a escrever. Mais de um mês sem actualizar o melhor espaço de catarse da ciber esfera? Num'posso viver assim.

Grata,

Mimimimi

Carina said...

Ô mimimimi,

Que coisa boa de saber! Muito obrigada pelo elogio :)
Ai, nem é preguiça, é falta de tempo e de inspiração mesmo. Mas prometo me dedicar mais ;)

Beijão.